Agradando aos homens e desacatando as Escrituras – Parte IV

 Esta é a quarta parte da série “Agradando aos homens e desacatando as Escrituras”. Acesse aqui: Parte I, Parte II e Parte III.

Quarto Capítulo

Beatos facilmente enganados confiam em cegos que guiam cegos. Bem que Jesus, o Cristo Eterno, afirmou (Mt. 15.14):

“Ora, se um cego guiar outro cego, cairão ambos no barranco.”

Carlos e Marcelo se espantam com o absurdo da enganação introjetada na mente do beato cego que confia na crença de seu chefe religioso mas não examina e nem exerce fé nas Escrituras do jeito que está escrito.

Enquanto se estendem nessa conversa Carlos e Marcelo denunciam erros graves que nos mostram que Benício está mergulhado em um poço de erros e iniquidades. Os olhares se cruzam como que a si mesmos perguntando: – Alguém consegue sair das amarras desta enganação sem sofrimento? Benício conseguirá entender que é cego, estúpido e o pior: está na beira do barranco?

Intimamente cientes das respostas, Marcelo insiste:

– Benício, na boa-fé do seu entendimento de ser elevado à categoria de servo da Obra, conforme a linguagem da mentalidade da Obra, você acabou de dizer: de acordo com a doutrina revelada acreditei no ensino do mestre e o anjo jogou do fogo do altar – símbolo do Espírito Santo (outra expressão que você absorveu do mestre) na minha cabeça; e assim fui batizado com o Espírito. A seguir, consultei ao Senhor pela Palavra, em obediência à direção dada pelo mestre para ver se de fato fui batizado. E li: “Vai a este povo e dize-lhe”…

– Glória! Foi assim… e depois, até falei em línguas parecidas com aquelas que a gente sempre ouve no Maanaim – Benício está eufórico, como fora de si…

– Mas presta atenção ao que você falou, – Marcelo continuou, – palavras suas, Benício: fui batizado com o Espírito Santo; e a seguir, abri a Bíblia para consultar se, de fato, fora batizado.

– Justamente! Mas acho que você entendeu mal…

– Benício, foi isto o que você falou. Não fuja das palavras que saíram de sua boca. No Dia do Juízo você vai dar conta do que falou. O erro é flagrante, porque o crente em Cristo Jesus fundamenta-se no absoluto do Evangelho da Verdade; mas o descrente se afunda na enganação, na falsa unção e nas heresias inventadas pelos donos de religião… O seu problema é mais sério do que você imagina, Benício. Sua doutrina deixa os corações em pedaços. Você está andando no centro do erro…

– Como assim?! Não acei…

– Espere… vou terminar. Erro em cima de erro! Este não é o andar do crente mas do descrente, o andar do que não examina nas Escrituras e engole o que o falso mestre e o falso profeta ensinam. Se confiante na crença do mestre você declara: o anjo jogou do fogo de altar e fui batizado com o fogo do altar – símbolo do Espírito Santo; e depois abre a Bíblia para ver se isto aconteceu, a dúvida chegou na frente da consulta.

– O que você disse?! Dúvida? Não, Marcelo! Eu não permito…

– Benício, eu disse e reitero: erro em cima de erro! Batismo errado, consulta tresloucada e o pior: o Nome do Senhor foi invocado em vão! Ora, você não pode…

– O quê?! Isto não é possível, – exclama o Benício como que aterrorizado, – justamente porque a doutrina revelada…

– Espere! Benício, não há saída! É erro em cima de erro! Se você diz: fui batizado; e depois abre a Bíblia – para ver se o batismo aconteceu – SUA DÚVIDA ANTECEDEU À CONSULTA. Não é um contra senso? Não é erro em cima de erro? O pior é que você fez isto com ofensa ao Mandamento, pois invocou o Nome do SENHOR em vão, como Moisés ensinou por ordem de Deus (Ex. 20.7): “Não tomarás o nome do SENHOR, teu Deus, em vão, porque o SENHOR não terá por inocente o que tomar o seu nome em vão.” O que você chama de doutrina revelada não passa de areia movediça e ofensa ao Testemunho do Todo-Poderoso. Onde está a segurança no que você chama de doutrina revelada? Ora, quanto mais você tenta sair de fininho com ambiguidades e jargões mais você se afunda… Sabe por que?

– Fale…

– Porque você confia na crença de seu chefe religioso, – Marcelo fala com firmeza, – e detesta examinar as Escrituras. Por isso o seu pecado permanece…

– E saiba de outra coisa, Benício, – Carlos interrompeu e declarou: – aconteceu deste modo porque este era o desejo do coração e a Escritura pelo Profeta Jeremias (17.9): “Enganoso é o coração, mais do que todas as coisas, e desesperadamente corrupto; quem o conhecerá?” Na carne nada existe de espiritual, porque aquele que está na carne não agrada a Deus. Não é o que a Escritura diz? Olhando para o púlpito você desejou ser como o mestre… e demonstrou isto publicamente…

– Justamente! Justamente! Ainda bem que vocês estão entendendo a revelação. Olhando para o púlpito desejei ser como o mestre. Que mal existe nisso?

– Entendendo a revelação?! Como assim, entendendo a revelação?! Agora, seja sincero, Benício… – Carlos insiste – você desejava intensamente ser pastor da Obra e o seu desejo o enganou, não foi? E a partir de batismo errado, consulta insólita e ofensa ao Nome do SENHOR… você entendeu que seria levantado para o ministério… Abre os seus olhos, homem: batismo errado, consulta errada, ofensa ao Nome do SENHOR e ministério sem frutos dignos de arrependimento… Quanta enganação!

– A minha convicção é que a Obra é revelada. Depois, falando em línguas e interpretando o que se passava na minha mente até profetizei para mim mesmo diante da igreja… e a bênção foi confirmada com revelações e sonhos de outros irmãos. Realmente, eu queria ser pastor da Obra mas não aceito que o meu coração tenha me enganado, porque agi dentro de convicção e tenho discernimento de Obra.

– Convicção, Benício?! A apostasia é consequência de convicção errada, ainda que eu devo respeitar as convicções religiosas das pessoas… e olhe que respeito.

– Justamente! Justamente! Pensei que os dois não respeitassem…

– Espere, – Carlos continuou, – a fim de dar provas desse batismo você diz que falou em línguas, diz que interpretou as línguas e diz que isto é profecia, não disse? Então, diante da igreja, você profetizou para si mesmo? Isto não parece narcisismo religioso? O narcisista religioso serve de modelo para alguém? Só se for para o mal…

– O que?! Narcisismo religioso…

– Benício, deixe-me continuar com três perguntas: Biblicamente falando, o genuíno dom de línguas e o de interpretação de línguas é resultado do que se passa na mente de alguém ou expressa, necessariamente, poder sobrenatural? O que se passava na sua mente na hora desta profecia era influência do que você chama de doutrina revelada? Outros continuaram insistindo nesta enxurrada de arranjos chamados de dons e a isso você dá o nome de chamada para o ministério?

– Como assim?! A minha chamada para o ministério – Benício pisca e repisca os olhos – não entendi como algo errado, justamente porque na Obra a doutrina revelada é confirmada pela consulta debaixo do clamor pelo sangue de Jesus. Por que será que vocês dois não querem aceitar a Obra e preferem ficar na Mescla?

– Benício, você finge não entender as perguntas porque não quer perceber quão profundo é o povo intoxicado com a heresia icemista ensinada nos Seminários de A OBRA. Você está mergulhado até o pescoço. Você afirma convicção religiosa mas não consegue entender a enganação em que está mergulhado?

– Estou feliz, justamente, porque recebi a imposição de mãos do Presbitério. Então, por que me preocupar em responder perguntas de gente que está na Mescla? Fico com a doutrina revelada…

– Agora eu não o entendi – Marcelo continua: – agindo de acordo com a doutrina revelada você agrada aos homens e continua cheio de mentalidade de Obra que exige obedecer e obedecer, conforme manda a doutrina, a ordem e as normas do Presbitério. Mas continua sem nada entender das Escrituras. Você acha que Deus não está ouvindo o que você fala? Você acha que não será julgado pelo que sai de sua boca, pastor?

– O que eu creio é que a Obra é para valentes, – Benício desconversa com o jargão e continua: vocês dois são letristas e querem interpretar a Bíblia ao pé da letra. Na frente de vocês nós estamos, digamos, há muito tempo. Ora, ora, nós estamos na Bíblia além da letra… que é o poder além das sutilezas da teologia…

Ao que Carlos intervém, dizendo: – Agora o beato diz que a Obra é para valentes… Ei, Benício, não venha com este jargão de Bíblia além da letra… porque isto é enganação de alguns que gostam de ganhar dinheiro fácil com novidades oferecidas na banca de negócios do Manaim. Não posso deixar de perceber que você foge da sua consciência endurecida pelo erro. Não quer entender aquilo que Deus disse, do jeito que ele disse e resiste ao Espírito de Deus. O que entendo de sua fala é cegueira em obedecer ao que o seu chefe religioso manda. Se você não se importa em desacatar o que Deus disse, do jeito que Ele disse, você não passa de um desordenado. Subserviente! Você está debaixo de juízo e aqui vai mais um aviso: arrependa-se enquanto é tempo e fuja do falso ensino e do falso profetismo.

– Mas não é assim como vocês estão pensando…

Marcelo sentiu-se obrigado a destacar a Escritura (Jr. 23.26): “Até quando sucederá isso no coração dos profetas que proclamam mentiras, que proclamam só o engano do próprio coração?”  E continuou:

– Então, Benício, que valentia é esta? Hipocrisia, isto sim! Quanta insinceridade em seu coração! Você acabou aceitando encargos eclesiásticos de pastor e representante do Presbitério a partir desse chamado duvidoso. Você sabe que dará contas deste falso profetismo?

– Chamado duvidoso, não! Hipocrisia, não! Alto lá! A conversa está ficando pesada mas vou jogar mais uma letrinha pra fechar a boca dos dois… A revelação do “fogo do altar” e do toque da quarta trombeta está enraizada na mente e nas emoções dos maranatas… faz tempo.

– Este é o problema! – Carlos intervém e continua: – De sua parte apenas ouço: batismo de fogo do anjobíblia além da letradoutrina reveladaObra é Obra… Obra Maravilhosa… sou servo da Obra e outros jargões que despejaram pela sua goela.

– Despejaram, não. Eu entendi que a doutrina revelada está além da letra e isto é ciência alta… e desejada como favos de mel… E digo mais: a doutrina revelada destila favos de mel, e as suas palavras são mais suaves do que o azeite.

– Benício, você acaba de citar frases de Provérbios que mostram o que se passa no coração da mulher adúltera. Adultério é assunto que lhe interessa ou o aprisco eclesiástico em que você está é um aprisco adúltero? Sem constrangimento… mas suas frases demonstram o se passa em seu coração e pelo visto, você nada entende heresia icemita. Desastre!

– E nem quero entender…

Carlos continua firme: – A enganação deixa provas: emoções, falsos dons e jargões introjetados na mente dos beatos à beira do barranco e da destruição. Este é resultado da linguagem do não pensamento. Não me queira mal, Benício, autoridade como representante do Presbitério você afirma ter. Não discuto este ponto porque cada um dará contas ao Eterno. No entanto, pergunto: onde está a prova que você alcança vitórias contra os demônios que agem na mente nos falsos profetas? Onde estão a autoridade espiritual e o poder pentecostal em seu ministério?

– Justamente! Mas eu sou servo da Obra e importa obedecer ao Presbitério…

– Este é outro problema, Benício: confiar numa elite desviada do Evangelho e mergulhada em falso profetismo e heresias. Desde que você se afaste do que a Escritura declara e confia em bibliomancia, emoções e jargões, a linguagem do não-pensamento já introjetada na sua mente o faz pensar do jeito que o mestre quer que você pense. O nome que se dá a este processo tormentoso não pode ser outro senão: ESQUIZOFRENIA RELIGIOSA.

– Êpa! Louco?! Não e não!

– Beato Benício, não estou falando de doença catalogada pelo CID mas não tenho outro jeito de denunciar as coisas da mente religiosa que engana os pequeninos. Esta doutrina revelada abre brechas para a apostasia… Esta enganação é efeito da heresia icemita. Fala a verdade, irmão – se é que você nasceu de novo e foi feito filho de Deus, conforme o padrão das Escrituras.

– Justamente! Isto, só Deus sabe dizer…

– Benício, este é mais um dos muitos problemas de muitos de vocês: não ter certeza de sua salvação. Falsos dons espirituais dos mestres e pastores subalternos apoiam aquilo que vocês chamam de doutrina revelada e oferecem sustentação ao que foi institucionalizado com o aval do chefe religioso. Mas a  heresia icemita destrói a fé e a ninguém dá esperança. Não tenho outro modo de dizer mas vocês estão sendo empurrados para a “operação do erro” como está escrito (2 Ts. 2.11-12):

“É por este motivo, pois, que Deus lhes manda a operação do erro, para darem crédito à mentira, a fim de serem julgados todos quantos não deram crédito à verdade; antes, pelo contrário, deleitaram-se com a injustiça.”

A ser continuado… (Parte V)

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