Doutrina que destrói

  Entrei para a Igreja Cristã Maranata ainda adolescente. Certa vez houve um dom onde Deus falou que, “antes que nossas crianças se tornassem adultas, Jesus voltaria.” A sensação era de que seria brevíssimo porque aquelas crianças se tornariam adultas dentro de poucos anos, inclusive eu. Então, uma irmã me disse que era bobeira eu estudar porque Jesus ia voltar breve e que o ideal seria terminar o 2º grau, casar e viver tranquila, com uma vida mais simples.

Atualmente, a ICM diz que estudar é importante, mas as leis também mudaram: CF/1988, art. 205: “A educação, direito de todos e dever do Estado e da família, será promovida e incentivada com a colaboração da sociedade, visando ao pleno desenvolvimento da pessoa, seu preparo para o exercício da cidadania e sua qualificação para o trabalho.”

A ICM prega que a qualquer momento seremos arrebatados, Jesus voltará, até aí tudo bem, mas fazem de modo que a vida no mundo se torna sem importância. Passamos a abrir mão da vida em nome do céu. Parecido com a vida dos homens-bombas que se matam acreditando que herdarão um paraíso com lindas mulheres virgens para os servirem e suas famílias recebem um prêmio aqui na terra pelo reconhecimento do “ato de fé” destes homens. Creio na vida eterna com Deus sim, mas não significa viver infeliz aqui para ser feliz apenas no céu. A própria Bíblia diz que Deus não tem prazer na nossa dor.

Obedecer não é difícil na Maranata porque é incutido o medo de perder a salvação, ficar doente, canceroso e morrer com muito sofrimento ou viver sofrendo pelo pecado da desobediência. É a doutrina do medo sim. Dizem que a internet é coisa do inimigo e os pobres membros são anestesiados para não conhecerem a verdade sobre esta seita.

Dom para namorar e terminar é frequente. Outro costume da ICM é namorar e casar rápido. Ninguém pode ficar namorando muito tempo para não dar lugar à carne. Daí, comecei a namorar adolescente e rapidinho fiquei noiva e veio um dom. No dom era revelada a data do meu casamento. Aconteceu que, no período de noivado, me interessei por outro rapaz, mas imaginei que era da carne porque Deus já havia revelado a data do meu casamento, sendo assim, meu noivo era o meu escolhido. Em obediência ao dom, pensando ser atitude agradável a Deus, não terminei, casei com quem eu imaginava ser meu escolhido, apesar de grandes tumultos que envolveram a relação e que não há como detalhar aqui. Obediente, passei a ignorar, até repudiar o rapaz por quem me interessei por concluir que não era de Deus.

Meu marido é um homem muito bom, isso é fato, apesar de saber que a gente não se casa com ninguém apenas porque a pessoa é muito boa. Na verdade, eu me casei muito nova, imatura para assumir uma relação tão séria. Interessar-me por outro já mostra minha insegurança e falta de maturidade, e não, necessariamente que eu amava outro, mas que aquela minha relação estava ainda imatura, eu era nova demais e não sabia o que era amar. E com a ajuda da igreja, vivi muitos anos sem pensar. A Maranata faz isso com seus fiéis, pensa por eles e conduz a vida de seus membros com doutrinas heréticas e promessas de bênçãos e maldições.

Atualmente casada, saí da igreja ao descobrir as heresias, mentiras, crimes, hipocrisia, pois a cúpula da igreja exige uma santidade dos membros e vive à parte do que ensinam. A igreja se tornou uma empresa, com direito à profissional para desenvolver estratégias de marketing. Passei a perceber que faltava o fruto do Espírito Santo no meio da igreja. Muitas pessoas vivem com vergonha de admitir que estão infelizes e com suas vidas destruídas sem poder se livrar dos fardos e jugos extremamente pesados.

Na Maranata, se algo não vai bem, a culpa é da pessoa que deve buscar mais ao Senhor, orar mais, jejuar mais, madrugar mais, limpar igreja. Quanto mais sofrimento, melhor para a igreja, pois estão todos trabalhando para a obra em troca de bênçãos. E vão colecionando infelicidades e insatisfações até chegar ao céu.

Os membros da Maranata, por acreditarem que são especiais por viverem a “obra” em sua perfeição, acabam por, inocentemente, tornarem-se soberbos, pelo orgulho que sentem de serem um povo privilegiado. É uma lavagem cerebral tão grande, meu Deus, fala-se tanto em obra que esquecem de Jesus. Quando eu ainda estava lá dentro eu não entendia porque as pessoas falavam tão mal de uma igreja que eu acreditava ser tão boa, correta, séria, obra perfeita.

Na ICM não é admitido sair da igreja e ir para outra porque nenhuma igreja é melhor que a Maranata. O discurso é: “Se algum dia eu sair da obra, eu fico em casa, porque não há obra (igreja) como esta.” E não há mesmo.

Uma obra que robotiza as pessoas, fanatiza, tira toda visão, exclui da vida social, coloca fardo, discrimina, e, pior, a pessoa não percebe, como quem está apaixonado por um bandido e não vê seus defeitos e crimes. Agem em nome de Deus, usam Bíblia. Se você entra em um templo, já viu todos, é uma perfeita lavagem cerebral, tudo no tijolinho e telhadinho, com jardins de inverno que transmitem a paz da natureza, um “negócio da china”. Que inspiração é esta? Tudo uniforme, igualzinho, a mesma mentalidade, o mesmo comportamento, as mesmas palavras, “misericórdia”.

Não coloquei meu nome para não expor meu marido, mas quem vive na ICM sabe que é verdade, porque é exatamente assim que acontece. Vivi nesse sistema por longos anos.

Quanto ao meu casamento, vivo bem e quero o melhor para nosso lar. Deus tem abençoado e vai restaurar meu lar dessa divisão que a seita causou. A Maranata destruiu minha juventude e eu não saí da Maranata para destruir meu casamento, não há motivos para isso. Saí para Deus libertar o meu lar desta seita de malucos e viver o verdadeiro evangelho e é isso que eu busco. Agora é que comecei a viver. O rapaz que eu me interessei no passado está no passado. Não foi romanticamente falando “o homem da minha vida”, eu mal vivi, a Maranata não deixou.

Fui prisioneira de um sistema maluco, maligno. Meu convívio era praticamente com maranatas. Aniversário de maranatas só dava maranatas e uns poucos familiares. Os familiares fora da maranata são deixados meio de lado em nome de cultos, reuniões, limpezas, ensaios, batismos, culto no lar, aniversário de irmãos… é a dinâmica da obra, não sobra tempo de convívio com quem não fala a mesma língua. E a vida passa sem ser vivida. Mas esta postura é dos fiéis à igreja, porque os que deixam a igreja para segundo plano sofrem críticas pelas costas e são desprezados.

Muitos estão querendo viver a liberdade e alegria plena com o Senhor e possuem seus familiares presos a esta seita. Muito triste. A ICM diz para os seus membros que fora da igreja só há morte, mas acreditem, fora da Maranata há muita vida, há muitas igrejas abençoadas, banquetes de bênçãos. Não me alegro do pecado da Maranata, amo os irmãos que deixei lá, por isso mesmo não posso deixar de contribuir para que pessoas sejam libertas, Jesus morreu para que fôssemos livres e vivêssemos uma vida de bênçãos ainda nesta Terra: “E ouvi outra voz do céu, que dizia: Sai dela, povo meu, para que não sejas participante dos seus pecados, e para que não incorras nas suas pragas.” Apocalipse 18:4.

Eu saí da ICM para viver, estou construindo uma nova vida com Jesus, e daqui há uns anos vou olhar para traz e ver que a minha história foi reescrita por Deus. Tudo que vivi de ruim até aqui é a base para minha nova construção que já começou e me faz muito feliz com o Senhor Jesus! Depois de tudo que passei valorizo muito mais o amor de Deus por mim, eu sou livre!

Texto enviado inbox ao Desperta, Crente.

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