Mariana Pereira, em 25 de abril de 2014 às 14:38, enviou o texto que segue:
A dor emocional de abandonar uma seita
O texto a seguir reflete como membros de seitas, cultos e sistemas religiosos espiritualmente abusivos descreveram como eles se sentiram quando finalmente abandonaram seus grupos. Isso é uma amostra da dor que eles passaram, e passam, e da razão pela qual não há respostas fáceis.
Dói descobrir que você foi enganado – que o que você pensava ser a “igreja verdadeira”, a “verdade”, era na realidade uma seita.
Dói quando você descobre que as pessoas em quem você confiava cegamente – a quem você foi ensinado a não questionar – estavam na verdade te “dando uma facada pelas costas” ainda que em ignorância.
Dói quando você descobre que aqueles que foram apresentados como “inimigos” estavam de fato falando a verdade – mas você foi ensinado que eles eram mentirosos, enganadores, repressivos, satânicos, etc e que você não deveria escutá-los.
Dói quando você sabe que a sua fé em Deus não mudou [quem sabe até aumentou] – apenas a sua confiança numa organização – e ainda assim você é acusado de apostasia, de ser um criador de problemas, um “Judas”. E dói ainda mais quando é a sua própria família e amigos que fazem essas acusações.
Dói ver que o amor e aceitação deles era condicional ao fato de você permanecer membro ativo da organização. Isso corta o coração tão profundamente que você tenta suprimir a dor. Tudo o que você quer é esquecer – mas como esquecer a sua própria família e amigos?
Dói ver os olhares de rancor e ódio vindo daqueles que você ama – escutar o silêncio ensurdecedor quando você tenta falar com eles. Dói profundamente quando você tenta abraçar um filho seu e eles ficam ali parados como uma estátua, fingindo que você não está ali.
Dói profundamente quando você vê a sua esposa(o) olhar pra você como se você estivesse endemoniado e ensina os seus filhos a te odiarem.
Dói saber que você precisa começar tudo de novo. Você sente que perdeu tanto tempo! Você se sente traído, desiludido, suspeitando de todos inclusive da família, amigos e outros ex-membros da organização à qual você pertencia.
Dói quando você se pega sentindo culpa ou vergonha do que você era – inclusive de haver saído. Você se sente deprimido, confuso, sozinho. Você sente que é difícil tomar decisões. Você não sabe o que fazer com o tempo extra que você tem agora – ainda assim você se sente culpado por passar esse tempo em algo recreativo.
Dói quando você sente que perdeu o contato com a realidade. Você se sente como se estivesse “flutuando” e se pergunta se realmente você está melhor assim e sente falta da segurança que tinha em pertencer a uma organização – ainda assim você sabe que não pode voltar pra lá.
Dói quando você se sente sozinho – quando ninguém parece entender o que você está sentindo. Dói quando você se dá conta de que a sua autoconfiança já quase não existe.
Dói quando você vê que deixou tudo por esta seita – sua educação, carreira profissional, finanças, tempo e energia – e agora você tem que buscar outro emprego ou recomeçar a sua educação. Como explicar todos esses anos perdidos?
Dói porque você sabe que mesmo que você tenha sido enganado, você é responsável por ter se deixado enganar. Todo aquele tempo perdido… pelo menos isso é o que parece para você, tempo perdido.
A Dor da Perda
Abandonar uma seita/culto é como passar pela perda de um familiar ou amigo querido, ou romper um relacionamento. O sentimento pode ser descrito como uma traição feita por alguém por quem você estava apaixonado. Você se sente simplesmente usado.
Há um processo de luto pelo qual você precisa passar. Ainda que a maioria das pessoas entendam que alguém precisa estar de luto depois da morte de um ser querido, eles acham difícil entender que o mesmo se aplique a uma situação como esta. Não existe cura instantânea para o luto, confusão e dor. Como todo período de luto, só o tempo pode trazer cura.
Alguns se sentem culpados ou errados quanto a esse sentimento de luto. Não deveriam – é NORMAL. Não é errado se sentir confuso, inseguro, desiludido, culpado, com raiva, desconfiado – tudo isso faz parte do processo de cura. Com o tempo, os sentimentos negativos são trocados por sentimentos de paz, alegria, claridade de pensamento, confiança.
Sim, dói… mas as dores passarão com o tempo, paciência e compreensão. Existe vida depois da seita.
Fonte: Jan Groenveld
Traduzido por Website “Buscando a Verdade”
(http://buscandoverdade.weebly.com/index.html)
Acesso em 4/5/2013.
Extrai do site:
http://www.celeiros.com.br/products/a-dor-emocional-de-abandonar-uma-seita/
Em feliz observação Paul R. Goodman respondeu
A dor emocional de abandonar uma seita
Vou fazer apenas algumas observações sobre cada “dor” descrita no texto acima.
1) “igreja verdadeira” ou “a verdade” – poderia estender a lista e acrescentar “igreja fiel”, “obra perfeita”, “revelada”, etc. Mas o MPES não pensa assim, nem o CV, nem eu, e nem milhares de Retirantes… volto a repetir, a icm tem todas as características de Seita, basta fazer o quadro comparativo.
2) “… as pessoas em quem você confiava cegamente – a quem você foi ensinado a não questionar”… – logo após o escândalo andaram ensinando nos encontros que “questionar não é coisa de servo”. Então o que é “coisa de servo”? Falta de transparência? Falta de prestação de contas? Dois pesos e duas medidas? Se fosse assim, os Bereianos nunca foram servos, mas diz a Bíblia, que eles foram nobres… pois conferiram tudo o que Paulo disse.
3) “aqueles que foram apresentados como “inimigos” estavam de fato falando a verdade” – Quando eu entrei para a icm, minha mãe chegou a dizer que eu um dia ia sair de lá. Naquele mesmo momento eu “a repreendi” e disse-lhe que isso jamais iria acontecer comigo. Trinta anos depois estou eu aqui escrevendo no BLOG do CV. Minha mãe nunca foi meu “inimigo”, e ela estava certa.
4) “sua fé em Deus não mudou [quem sabe até aumentou] – apenas a sua confiança numa organização”. Confesso que perdi a confiança no PES, na “doutrina revelada” e na “obra como forma de vida”… mas a minha confiança nas Escrituras aumentou e percebi o quanto a Graça de Deus é surpreendente! Aleluia!!
5) “o amor e aceitação deles era condicional ao fato de você permanecer membro ativo da organização” – quem me ligava todo dia esqueceu que eu existo, quem parecia ser um amigo leal demonstrou que sua amizade era apenas condicional e quem frequentava a minha casa não curte minhas fotos de família no Facebook. Fazer o que né? A vida segue.
6) “Dói profundamente quando você vê a sua esposa(o) olhar pra você como se você estivesse endemoniado e ensina os seus filhos a te odiarem.” Conheço alguns casos assim. É de doer o coração!
7) “que você precisa começar tudo de novo” – mas se recomeçar certo, vale a pena!
8) “quando você se pega sentindo culpa ou vergonha do que você era – inclusive de haver saído.” Vou ter que conviver com esse fato, mas quem sabe isso também não abrirá portas para compartilhar a Cristo com muitas outras pessoas?! Que seja tudo para a glória de Deus!
9) “quando você sente que perdeu o contato com a realidade” – aprendi que pertencer a uma organização traz uma falsa sensação de segurança. Precisamos aprender a ser mais dependentes de Deus e menos dependente de “organizações”!
10) “quando ninguém parece entender o que você está sentindo” – por isso amo os Retirantes e o BLOG do CV! Aqui me sinto em casa.
11) “quando você vê que deixou tudo por esta seita – sua educação, carreira profissional, finanças, tempo e energia” – aqui, procuro não fazer como a mulher de Ló, simples assim.
12) “porque você sabe que mesmo que você tenha sido enganado, você é responsável por ter se deixado enganar” – essa é mais dura verdade… nos deixamos enganar! Mas antes tarde do que nunca!
TAMO JUNTO!!!
Paul. R. Goodman
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