Tão sozinho ali na cruz…

Conversando com Dulce Góis

Tão sozinho ali na cruz

1.
Tão sozinho ali na cruz,
Envolvido em dor cruel;
Sofre o Grande Redentor
Amargosa dor e fel.

2.
Densas trevas cobrem os céus.
Dele o Pai rosto escondeu.
Para me levar a Deus
Quanta dor ali sofreu!

3.
Sangue puro derramou
Pra lavar pecados meus.
Tudo consumado está!
Pelo Cordeiro de Deus.

A cena se passa no Calvário e cresci envolvido nessas lembranças. Lendo o Antigo Testamento queria logo chegar ao Novo Testamento e ler e reler o que aconteceu com os pais de João Batista, a conversa de Gabriel com Maria, com José, o caminho até Belém de Judá e o que aconteceu no campo (com os pastores) e o nascimento do Menino; e loia a respeito da fuga para o Egito, do retorno em direção a Nazaré, o início de Seu ministério… e então, chego ao Calvário e ao encontro decisivo com o “Cordeiro de Deus que tira o pecado do mundo”.

Coração batendo forte, a mente corre as antigas Escrituras que profetizam a Seu respeito e ecoa o grito: ESTÁ CONSUMADO!!!

Está gravado em meu coração.

Letra e melodia (em Si menor) deste hino traçam, em poucas palavras, o que isto significa para o espectador – qualquer um de nós. Para mim, a cada dia, conformando-me com Ele em Sua morte para que também com Ele sejamos glorificados.

Minha querida Dulce Gois, se eu não tivesse escrito nenhum outro hino; e se este Tão sozinho ali na cruz somente seu Pai o tivesse cantado, me daria por satisfeito. Escrevi exatamente para aqueles que têm fome e sede da Justiça de Deus (Mt. 5.6) que se cumpre em Cristo. Escrevi para aqueles que Dele se aproximam com fé para serem alcançados com as águas eternas e vivas das fontes da salvação. Não o conheci; mas nos encontraremos, tão logo venha dos Céus a ordem do nosso livramento, porquanto está escroto: “Jesus nos livra da ira vindoura”.

Elias e Eliseu confrontaram abertamente monarcas injustos e seus exércitos opressores. Isaías, enquanto anunciava sua esperança escatológica, denunciava as distorções e o cinismo dos religiosos (Is 1.11-17), a acumulação de bens, as desigualdades sociais (Is 5.8); este profeta repudiava a depravação moral, as ambiguidades éticas (Is 5.18-23) e a incoerência dos políticos (Is 10.1, 2). O mesmo aconteceu com Jeremias, Amós e muitos outros. Todos foram perseguidos e maltratados. Alguns perderam a vida.

Precisamos ter em mente que nenhuma ameaça de sofrimento impediu os apóstolos de pregar a Cristo. Na verdade, Paulo disse que perder tudo valia a pena “para O conhecer, e o poder da Sua ressurreição, e a comunhão dos Seus sofrimentos, conformando-me com Ele na Sua morte; para ver se, de alguma maneira eu possa chegar à ressurreição dos mortos.” (Fp 3.10,11).

Quanto às injúrias e perseguições que suportei e ainda suporto no ministério, isto faz parte do caminho estreito, como está escrito (Mt 5.11, 12.): “Bem-aventurados sois quando, por minha causa, vos injuriarem, e vos perseguiram, e, mentindo, disserem todo mal contra vós. Regozijai-vos e exultai, porque é grande o vosso galardão nos céus; pois assim perseguiram aos profetas que viveram antes de vós.”

“O SENHOR é minha bandeira.”

CV