A bazófia de sempre. Com a cara mais lavada. Diante do “caso” ele foge da responsabilidade.
– Nada, nadica. Nada a ver com isso… – Brada o chefe espumando.
A autodefesa de sempre. A elite da monarquia pseudocarismática se entreolha.
Era de se esperar o disfarce. Como sempre acontece, o profeta de bornal quebra o silêncio.
– Revelação!
– Pode falar! O chefe brada do trono (confia no presbítero-profeta), pois na elite esquizofrênica discernimento do dão é sempre superior.
– Olhae, ossorrevelô: Falei pela boca dumeungido. Verdade é. Veideternidadi…
– Já disse e repito: Nada, nadica. Nada a ver com isso… e reitero: dou por avisado e vocês ouviram a revelação. Esta Obra… Meus irmãos, esta Obra é filho único. Obra maravilhosa. Aqui ossorrevela tudo…
Imbuído da insinuante revelagem, o falador da oligarquia quadragenária pseudocarismática dá mais um passeio ao Sul. Avião, diárias, hospedagem, honorários, refeições e risos…
Na igrejinha, falou e falou em defesa da insigne e gloriosa Obra. Com a cara mais lavada fez pose de emissário fidedigno do idoso monarca muito religioso.
Não pestanejando com a imprensa local, ao ser questionado, dissimulou:
– Nada! Nadica da silva. Nada a ver com isso… (e nem falou que era revelação que veio da eternidade).
Nada mais e nem foi perguntado. E bebeu, comeu, cuspiu, dormiu, passeou… e regressou.
Na sede do palácio da rainha desfigurada (PRD) o ilustre causídico-mor-pastor-servo-da-Obra comparece diante do quadragenário soberano. Na audiência iniciada com o antigo clamor esquizofrênico, afastando o catarro da garganta com o costumeiro e nervoso rum, rum, o astuto emissário monárquico emposta a voz.
– Grande e sapiente soberano, este humilde dos mais humildes o saúda. – Assim a arenga foi introduzida, enquanto o brilho dos olhos do monarca sinalizou satisfação com a esperada subserviência do valete (escrevi valete) servo da Obra.
– Ilustre defensor da Obra Gloriosa, a exclusiva Igreja fiel, como foi no cumprimento do dever de abafar escândalos, defender a Obra, desestimular pedidos na Justiça e aos jornalistas dissimular intenções?
– Agi com extrema fidelidade aos dons que vieram da eternidade exclusivamente para este caso.
O monarca estremece ao passar perto dele o agregado astuto e invisível, enquanto o excita num espasmo de impressionante orgulho religioso. Ele exclama:
– Quem dera que o Brasil aceitasse esta Obra! Que glória falar para as multidões e mostrar que a Obra é filho único!
– Sim, augusto chefe. Que ecoe pelo orbe a influente e poderosa voz do valete, digo valente, a fim de abeberarem de algumas gotas do orvalho que promana desta sabedoria, que o chefe da Nação e seus ministros compareçam diante deste sólio.
– Seja breve, servo da Obra. Não vês que estou preparando a conferência de doutrina iluminada por satélite?
– Ó augusto, longa vida ao monarca. Passo a passo cumpri a encenação, digo a missão e resumo: a Maranada, digo, Maranata nada tem com o ocorrido. Obra é Obra e o resto é sobra…
– Este é dos bons… e de futuro garantido nesta Obra! – Exclama o prosa.
– Ó majestoso e só berrando digno, digo, soberano digno e exclusivo monarca entre milhares de unidades loquazes, digo unidades locais. Conforme ossorrevelô fechei a boca do inimigo e falei com a imprensa. Missão comprida, digo, cumprida…
Mas foi interrompido pelo poderoso: – Para muitos, o muito nunca é o bastante, diz o provérbio de Salomão.
– Como?!
– Deixa pra lá, companheiro, o ancião anda vacilando. – A boca miúda um dos sectários responde. Mas o idoso fez que não ouviu e arrematou:
– Bem está, servo fiel dessa Obra que caminha para a eternidade. Sobre muito te colocarei… mas estamos cercados de infiéis e o infiel será estraçalhado… sim estraçalhado e comido de bichos.
O profeta de bolso se contorce. De novo! O mesmo espírito de engano se esgueira pelo canto da sala e balbucia algo estranho em seu ouvido.
– Revelação!
– Fala! O dom é inquestionável. Obra é Obra! Absorvam a Obra!
– De novo ossorrevela: A minha Obra avança e os caídos ficam pra traz. Não tem mais.
– Quê?! Não tem mais?! Não tem mais o quê? – Um dos presentes nada entendeu…
– Discernimento, companheiro… o JC queria dizer: Não temais…
– Quer dizer: Assunto encerrado.
– Humm !!! É mesmo ???
Moral da história
A agressão sexual e abuso contra crianças e adolescentes pertence ao leque das formas graves de ultraje e violência. Normalmente começa cedo, podendo chegar à adolescência com graves sequelas psicológicas.
As meninas aprenderam o clamor esquizofrênico ajoelhadas em cada culto fantasioso. Aprenderam que clamor pelo sangue de Jesus livra do assédio, do inimigo e do homem perigoso que assedia e molesta crianças. Aprenderam que o clamor pelo sangue de Jesus não permite falsos dons… mas o mantra falhou quando foram penetradas…
As marcas do passado nunca permitirão acesso a batismo e cerimônia de casamento na igrejinha de tijolinhos (“quem lê entenda”). Porque este é um dos amargos capítulos da HERESIA ICEMITA imposta pelo religioso sabichão.
As meninas continuarão ajoelhadas… por muito tempo…
Clamor?! Pra quê?!
Denunciei, dizendo: Pedófilo teria feito mais duas vítimas.
Famílias sofreram violência.
Meninas sofreram violência.
Merece pronto repúdio a violência.
No palácio da rainha desfigurada (PRD) a VERDADE ainda não consegue espaço para arrependimento mas eles não se esquecem de alardear pelo satélite: ESTA É A OBRA!
O dominador do rebanho e mestre-profeta manda e desmanda.
O jargão ecoa na mente dos formatados com a ideologia monárquica e perfeitamente pseudocarismática: A Obra caminha para a eternidade! mas debaixo dos panos ficam os danos espirituais, morais, omissão e violência.
O monarca está nu e nem lava os pés. Não riam!
O monarca e os valetes (escrevi valetes) disfarçam a nudez com diversos jargões, enquanto engolem o catarro da garganta ao som do rum, rum.
Silêncio!
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Aqui não é lugar para calúnias e difamações: discutimos doutrinas e ideias.
Artigo de 18.11.2012 atualizado em 31.08.2016 às 21:50.
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