A igreja de “seu Abílio”

“Todo aquele que ultrapassa a doutrina de Cristo e nela não permanece não tem Deus; o que permanece na doutrina, esse tem tanto o Pai como o Filho.”

(2 Jo. 1.9 – RA-SBB)

Aqui está a história da Igreja Presbiteriana de Vila Velha desde a congregação até o seu cinquentenário. Conhecer um pouco de sua história ajudará a ama-la com mais intensidade. Muitos ao lerem este livro recordarão fatos importantes dos quais participaram e outros, pela primeira vez, deles tomarão conhecimento.

A igreja de “seu Abílio”

O Sr. Abílio Gueiros era pessoa influente junto à sociedade vilavelhense onde foi comerciante, proprietário de uma padaria situada no centro da cidade, à distância de uns duzentos metros do templo da congregação.

Única padaria no local, todos, diariamente, a ela se dirigiam em busca de pão, biscoitos e outras guloseimas, sendo seu proprietário muito benquisto na Cidade, conhecido e respeitado por todos.

Inaugurada a Congregação, sendo ela freqüentada pela família do Sr. Abílio, todos a ela se referiam como “a igreja de seu Abílio”.

Não era a Congregação Presbiteriana. Era a “Igreja de seu Abílio”.

E, de fato, quando Congregação e depois, nos primeiros anos de organizada em Igreja, a família Gueiros era a mais proeminente na comunidade presbiteriana de Vila Velha.

O pastor era filho do Sr. Abílio.

O Sr. Abílio era presbítero da Igreja, bem como seu filho Gedelti.

Outro filho, Jabes, era diácono.

Sua esposa, Sra. Sara, exercia cargos na SAF – Sociedade Auxiliadora Feminina, sendo, quase sempre, sua presidenta.

O Sr. Abílio e sua esposa lecionavam na Escola Dominical.

Gedelti organizou a UMP – União de Mocidade Presbiteriana, sendo seu primeiro presidente.

No púlpito, quando o Pastor Jedaias não pregava, pregava seu irmão Gedelti ou alguém designado pela família Gueiros.

De fato! A Igreja parecia ser do “seu Abílio”!

E, como o Sr. Abílio dava as ordens na Igreja, amparado por sua família, quando houve a primeira eleição para pastor, em 1959, ninguém se dispôs a disputar o cargo com o Rev. Jedaias, filho do Sr. Abílio, pois, se viesse a ganhar, dificilmente teria ele condições para bem exercer seu pastorado, como veio a ocorrer alguns anos depois.
Mas, isto é outra história!!!

Vimos que o Rev. Jedaias pastoreou a Igreja Presbiteriana de Vila Velha no período de 1954 a 1959, na qualidade de Pastor Evangelista e, no final de 1959, renunciou ao pastorado efetivo após ter sido eleito para o período de três anos.

A família Gueiros foi uma bênção na Igreja Presbiteriana e Vila Velha, onde seus membros exerceram liderança inconteste até novembro de 1965.

O Sr. Abílio exerceu o presbiterado durante todo aquele tempo; sua esposa, Sra. Sara, atuou ativamente na liderança da Sociedade Auxiliadora Feminina, além de ter sido, por muitos anos professora no Departamento Infantil da Escola Dominical.
Gedelti Gueiros foi o organizador e o primeiro presidente da União da Mocidade, além de ter exercido o diaconato e, depois, o presbiterato. Na Escola Dominical chegou a exercer a superintendência.

Jabes Gueiros exerceu o diaconato.

Nelly Rabelo Gueiros, esposa do Rev. Jedaias foi supervisora da Liga Juvenil e regente do Coral da Igreja.

Jurama Barros Gueiros, esposa de Gedelti, chegou à presidência da SAF em 1963, sendo substituída no ano seguinte, 1964, por Jerusa Gueiros Samú, filha do Sr. Abílio.
Mas, a paz terminou no dia 28 de novembro de 1965.

28 de novembro de 1965 – eleição de pastor

Era pastor da Igreja o Rev. Milton Othon de Albuquerque Leitão. Seu mandato estava chegando ao fim e concorreram ao cargo o Rev. Jedaias Vitalino Gueiros, filho do Sr. Abílio Gueiros, que abandonara o pastorado seis anos antes, em 1959, e o Rev. Sebastião Bitencourt dos Passos, vindo de uma igreja do sul do Estado, pouco conhecido em Vila Velha.

A Igreja crescera com a chegada de novos membros, vindos do romanismo ou transferidos de outras igrejas.

Com a proximidade da eleição para pastor, a Igreja dividiu-se em sua preferência: alguns, liderados e sugestionados pela família Gueiros, proclamavam a necessidade de se eleger o Rev. Jedaias e, outros, considerando, talvez, que ele, alguns anos antes, abandonara a igreja após acabar de ter sido eleito, preferiam o novo candidato, Rev. Sebastião.

A família Gueiros julgava ser muito improvável a eleição do Rev. Sebastião em desfavor de seu filho Jedaias, face a grande influência que sempre exercera na Igreja, desde os tempos da Congregação.

Afinal, todos, ou quase todos, conheciam o Rev. Jedaias e, por isso, deveriam apoiá-lo, elegendo-o Pastor.

O outro candidato, Rev. Sebastião, era um ilustre desconhecido que pregara uma ou duas vezes na Igreja, em ocasiões passadas, sendo ele muito pretensioso em disputar a eleição com alguém da família Gueiros.

A Igreja estava dividida entre os partidários da família Gueiros, que desejavam a eleição do Rev. Jedaias e os que não julgavam ser conveniente tal eleição.

Tal situação faz recordar a Igreja de Corinto, na época do Apóstolo Paulo (I Co 1:10-17). Estava a Igreja dividida entre os simpatizantes dos Gueiros e os que desejavam mudanças na direção da Igreja. Todos pressionados por Abílio e Gedelti, esquecendo-se que a Igreja não era propriedade de uma família e, sim, de Cristo.

A pedra fundamental da Igreja é Cristo e não qualquer outra pessoa, como ensina o Apóstolo Pedro (I Pe 2:1-10).

Os que formam a Igreja são “raça eleita, sacerdócio real, nação santa, povo de propriedade exclusiva de Deus, a fim de proclamardes as virtudes daquele que vos chamou das trevas para a sua maravilhosa luz;”

A Igreja não pode ser manipulada por quem quer que seja.

Resultado: O Rev. Sebastião Bitencourt dos Passos foi eleito pastor da Igreja com 62 votos, tendo o Rev. Jedaias obtido apenas 41 votos.

Assim, no triênio 1966/1968 seria o Rev. Sebastião o Pastor efetivo da Igreja Presbiteriana de Vila Velha, eleito pela maioria dos membros da Igreja.
A eleição não apaziguou os ânimos da família Gueiros e os de seus seguidores.

O cisma

Ainda nos dias do Novo Testamento surgiram divisões e partidos na Igreja, como se vê em 1 Co 1:11, 12 e Ap. 2:14, 15, e isso nunca mais parou de ocorrer.

Movimentos cismáticos de grande proporção ocorreram no seio da Igreja, tais como a divisão ocorrida em 1054 d.C. que deu origem ao surgimento da igreja ortodoxa e no século XVI com a Reforma Protestante.

Também ocorreu no seio da Igreja Presbiteriana de Vila Velha, de onde surgiu aquela que veio a se intitular Igreja Cristã Maranata!

Eis os fatos.

A família Gueiros, liderada por Gedelti e seu pai, Abílio, inconformada com a eleição do Rev. Sebastião Bitencourt dos Passos para pastorear a Igreja, tudo fez para anular a eleição junto ao PVTR – Presbitério de Vitória.

Influente junto àquele Presbitério, conseguiu, em parte, seu intento, pois o Presbitério acabou não aprovando a eleição do Rev. Sebastião para o pastorado da Igreja “em virtude da inobservância de preceitos constitucionais indispensáveis”.

Tais “preceitos” nunca foram satisfatoriamente explicados pelo Presbitério. A anulação da eleição visou apenas dar uma satisfação à família Gueiros, que estava inconformada com seu alijamento do controle da Igreja, vendo seu desejo de poder ser atacado pela raiz.

Mas, mesmo tendo conseguido anular a eleição do Rev. Sebastião, os Gueiros não conseguiram seu intento de colocar o Rev. Jedaias no comando da Igreja, pois o Presbitério, atendendo a vontade da maioria dos membros, convidou o Rev. Sebastião para permanecer à frente dos trabalhos na qualidade de Pastor Evangelista, em 03 de março de 1966, perante o Conselho da Igreja, ele assumiu o cargo.

Em 21 de maio de 1966, reunido com as ausências de Gedelti, Abílio e Alcary Simões, que eram contrários à permanência do Rev. Sebastião, o Conselho, inconformado por não ter conhecimento oficial das razões que levaram o Presbitério a anular a eleição de pastor realizada em 28 de novembro do ano anterior, e querendo ter um Pastor-Efetivo à frente da Igreja, já que estava em condições de mantê-lo, enviou ofício ao Presbitério pedindo que em sua reunião extraordinária marcada para daí a dois dias, lhe designasse Pastor-Efetivo pelo período de três anos, tendo seu pedido atendido, sendo o Rev. Sebastião designado para o cargo até a data de 23 de maio de 1969. Essa decisão, praticamente, foi um “balde de água fria” nos propósitos dos Gueiros.

Dos oito presbíteros que compunham o Conselho, o Pastor contava com o apoio de cinco: Leôncio Antônio Medeiros, vice presidente do Conselho, Aníbal Brinco Filho, Wilson Barbosa dos Santos, Amadeu de Oliveira Nascimento e Manoel Gomes Pereira.
Faziam-lhe oposição os presbíteros Gedelti Vitalino Teixeira Gueiros, Abílio Teixeira Gueiros e Alcary Simões, que procuravam indispor o Pastor com a Igreja.

Ao final do ano de 1966, em reunião do Conselho do dia 18 de dezembro, embora fosse contrário à permanência do Rev. Sebastião, Gedelti elogia seu desempenho no pastorado da Igreja, dizendo “confiar na sua equilibrada direção e evangelização, fazendo votos de sucesso no ano de 1967”! (sic).

Tais votos nunca foram marcados pela sinceridade pois a grande oposição ao Pastor Sebastião começou, exatamente, no início daquele ano de 1967, encabeçada por Gedelti.

Em 1º de maio de 1965 fora organizada a Congregação da Toca, no Bairro de Cruz do Campo, tendo sido Itamar Médice designado responsável por ela.

Em 1967 Alcary Simões foi designado pelo Conselho para ficar à frente daquela Congregação, tornando-se um verdadeiro ditador, comandado à distância por Gedelti, não dando nenhuma satisfação de seus atos ao Conselho da Igreja e, em especial, ao Rev. Sebastião.

Em 13 de maio de 1967, Alcary iniciou a construção com ofertas voluntárias, não estando a obra do templo vinculada à Igreja Presbiteriana de Vila Velha, podendo vir a ser utilizado por qualquer Igreja e que lá poderia pregar qualquer pessoa, independentemente do Conselho ou do Rev. Sebastião.

Quem financiava a construção não eram ofertas voluntárias e, sim, Gedelti Gueiros.
Nessa oportunidade, Gedelti e seu pai, Abílio, comandavam uma rebelião no seio da Igreja, contra o Rev. Sebastião, chegando a exercer sua má influência sobre quase metade dos membros.

Tentavam introduzir doutrinas alheias ao presbiterianismo, dando ênfase a revelações, profecias e dons de línguas, deturpando a mensagem bíblica.

Felizmente, Gedelti e seu pai já não lecionavam na Escola Dominical e o professor de então, não dava oportunidade para que eles e seus adeptos ministrassem, de púlpito, seus ensinamentos.

Tentaram fazê-lo junto à Congregação do Bairro da Glória, porém ali também não conseguiram êxito.

Porém conseguiram sucesso junto à Congregação de Cruz do Campo, com o auxílio de Alcary Simões e de Itamar Médice, que estavam à sua frente e, onde, inclusive, chegaram a impedir o Rev. Sebastião de pregar.

Gedelti, mancomunado com Alcary, violando recomendação do Conselho, autorizou um pastor de um movimento autodenominado de “renovação carismática”, chamado Jonas José Marques, a realizar uma série de pregações na Congregação de Cruz do Campo que, iniciando numa sexta-feira, iria até a quarta-feira da semana seguinte.

No sábado, daquela semana, ignorando que o tal pastor Jonas estava a pregar na Congregação, o Rev. Sebastião foi à Congregação com a finalidade de realizar culto de evangelização na casa de pessoas interessadas no evangelho, como freqüentemente fazia. Não pôde fazê-lo por causa das pregações carismáticas do Pastor Jonas, financiadas por Gedelti, através de Alcary.

No sábado seguinte, em programa especial da “semana santa”, o Rev. Sebastião também não conseguiu pregar na Congregação porque Alcary convidara um presbítero de outra Igreja, que havia sido disciplinado pelo Conselho da Igreja Presbiteriana de Vila Velha.

No terceiro sábado, o Rev. Sebastião pediu ao Sr. Teodolino Vieira, membro da Congregação de Cruz do Campo, para providenciar a residência de uma pessoa interessada no evangelho onde ele pudesse pregar e o Sr. Teodolino lhe respondeu que Gedelti lhe dissera que o responsável pelos trabalhos naquela Congregação era o presbítero Alcary e que não haveria culto em casa de particular e, sim, na Congregação, pois “precisavam buscar poder” e que o Pastor, se quisesse, poderia ir à Congregação como mero espectador”.(!)

Teodolino Vieira, que estava acompanhado por outro membro da Congregação, Sr. Valentim Pinto da Vitória, disse ao Pastor que a doutrina pregada na Congregação de Cruz do Campo era a “busca do batismo com o Espírito Santo e os dons espirituais, de acordo com o Movimento de Renovação Carismática” e que a liderança da Congregação convidava pregador e à revelia do Conselho da Igreja. Ao final, chamou o Pastor de “Editor de Bula Papal” e responsável por todos os problemas da Igreja Presbiteriana de Vila Velha, por ter vetado uma série de pregações de Jonas Marques na sede da Igreja.
Alcary, coordenador dos trabalhos da Congregação de Cruz do Campo, pediu ao Rev. Sebastião para que se afastasse da mesma, “deixando-a em paz”, pois não iria permitir a intromissão de ninguém nos trabalhos.

Depois disso, o Rev. Sebastião deixou de dar assistência pastoral àquela Congregação, ficando ela, definitivamente, sob o controle de Alcary e Gedelti.

O Rev. Sebastião levou ao conhecimento do Presbitério os problemas existentes na Congregação e da participação dos rebeldes no “Movimento de Renovação Espiritual”, tendo o Presbitério criado uma Comissão Especial formada pelos Revs. Francisco da Silva Neto, Wellsse Guida e Rubens Duarte Albuquerque e pelos presbíteros Jaime Gáudio e Manoel dos Passos Barros, este, sogro de Gedelti (!) para analisarem o problema, sendo o Conselho da Igreja Presbiteriana de Vila Velha convocado para uma reunião no dia 4 de julho de 1967, no templo da 1ª Igreja Presbiteriana de Vitória. O Conselho fez-se representar naquela reunião pelos presbíteros Wilson Barbosa dos Santos, Amadeu Oliveira Nascimento e Manoel Gomes Pereira, que ali ratificaram as declarações prestadas pelo Rev. Sebastião, ocasião em que o Pastor solicitou seu afastamento da Presidência do Conselho por sessenta dias para evitar confrontação com os presbíteros dissidentes.

Registre-se que Manoel dos Passos Barros, designado para compor a Comissão Especial do Presbitério para analisar os problemas que vinham ocorrendo na Igreja Presbiteriana de Vila Velha, embora fosse presbítero da 1ª Igreja Presbiteriana de Vila Velha, era sogro de Gedelti e, como o seu genro, também estava envolvido no tal “Movimento de Renovação Espiritual”.

Gedelti e seu grupo enviaram, ao Conselho da Igreja Presbiteriana de Vila Velha um “abaixo assinado”, protestando sobre a convocação para a reunião do dia 4 de julho de 1967, com a Comissão Especial do Presbitério, nos seguintes termos:

“Nos, abaixo assinados, membros da Igreja Presbiteriana de Vila Velha, e presbíteros eleitos, desejamos expressar formal e enfaticamente, nossa discordância pela maneira com que estamos sendo tratados, especialmente usando nosso “direito de protestar” contra a resolução do Presbitério em sua reunião extraordinária que resolveu, sem motivo que se possa justificar, isto é, sem documento legal, ou coisa semelhante, convocar o Conselho sob a tutela ou assessoramento de membro desse Concílio. Não podemos, Sr. Presidente, entender qual a finalidade e objeto de tal convocação, feita fora dos limites de nossa jurisdição e ainda sem o necessário discernimento da matéria a ser tratada, em meio a convocação e exercício pleno do Presbitério. Estranhamos que, em tão longa vida deste Conselho, só agora e de modo improvisado, fôssemos convocados para uma reunião de cuja agenda nada podemos informar, pois não temos conhecimento da existência de qualquer papel tramitado por esta competente via. Assim afirmando, queremos levantar nosso protesto por qualquer por qualquer resolução que se venha praticar sob qualquer pretexto ou razão, especialmente por assuntos que não foram considerados preliminarmente por este Conselho ou que fira o preceito legal da Constituição da Igreja (CI) no seu artigo 63, que ensina aos neófitos:

“Nenhum documento subirá a qualquer Concílio…” Qualquer atitude assumida por infringência de nossa Lei Magna, reguladora de nosso comportamento, será por nós considerada nula, pleno “jure ex-vi” o artigo 14, que diz: “São nulas de pleno direito quaisquer disposições que, no todo ou em parte, implícita ou expressamente, contrariem ou ferirem a CI da Igreja Presbiteriana do Brasil. Vila Velha, 4 de julho de 1967. Ass: Gedelti Gueiros, Abílio Gueiros e Alcary Simões.”

Interessante nesse abaixo assinado, escrito por Gedelti, e assinado por Abílio e Alcary, é que eles se comportam como vítimas de uma trama, como se eles é que fossem oprimidos e perseguidos pelos demais membros do Conselho ao invés de, como de fato acontecia, serem eles os algozes do Reverendo Sebastião cujo único pecado fora de ter vencido as eleições para pastorear a Igreja, em detrimento de Jedaias Gueiros, membro do Clã dos Gueiros.

Gedelti, não satisfeito com o protesto supra, juntou, naquela oportunidade, outro, em seu nome pessoal:

“Gedelti V. T. Gueiros, abaixo assinado, membro deste Conselho e representante da Igreja junto ao Presbitério, no uso de suas atribuições constitucionais da Igreja Presbiteriana do Brasil, vem com respeito, protestar e denunciar o seguinte: “O Rev. Sebastião Bitencourt dos Passos apresentou à Comissão Executiva do Presbitério de Vitória queixa contra presbíteros da Igreja de Vila Velha que, para maior esclarecimento, podemos dividir em duas partes: 1ª) Queixa contra três presbíteros: Abílio, Gedelti e Alcary. 2ª) Queixa contra suposta infiltração do Movimento de Renovação Espiritual. O referido Pastor não deu ciência ao Conselho do encaminhamento desse papel, ficando ilegal qualquer reunião que venha tratar deste assunto com a presença do Presbitério ou Comissão Especial, sem o convite do nosso Conselho, pois a CI no artigo 63 diz: “Nenhum documento subirá a qualquer Concílio, se não for por intermédio do inferior competente, salvo quando este se recusar a encaminhá-lo”. O artigo 19 do Código Disciplinar (CD) estabelece o seguinte: “Compete aos Conselhos processar e julgar originariamente membros e oficiais da Igreja.” Não sendo maioria do Conselho implicada na queixa, nem tão pouco ministro, não poderá prevalecer o artigo 45 do CD, nem o artigo 20, que diz: “Compete ao Presbitério: I – Processar e julgar originariamente: a) Ministros; b) Conselhos”. O artigo 81, letra c da CI, usado como pretexto da referida reunião, está mal empregado à luz das razões acima expostas e, por este motivo, deixo de reconhecer a legalidade da reunião do Conselho, pedindo que o referido protesto seja inserido na ata desta sessão nos termos em que está redigida. OBS: Requeiro, em tempo, que seja encaminhado ao Presbitério cópia do presente protesto. Para clareza firmo o presente. Ass: Gedelti Vitalino Teixeira Gueiros (presbítero).”

O Presbitério, reunido em 14 de julho de 1967, emitiu seguinte Resolução, que trata do envolvimento dos presbíteros no dito “Movimento de Renovação Espiritual”.
……………………….

“1 – Considerando os acontecimentos relacionados com algumas Igrejas do Presbitério decorrentes das atividades desenvolvidas por ministros do Presbitério, que introduziram nessas comunidades pregadores da chamada “Renovação Espiritual”.

2 – Considerando que um ministro deste Presbitério colaborou com o programa radiofônico “Hora de Deus”, levantando entre presbiterianos ofertas para manutenção financeira do referido programa, que pertence, por estilo, ao “Movimento Renovação Espiritual” ou qualquer outro nome que se lhe dê.

3 – Considerando que, além da contribuição financeira que esse ministro deu ao trabalho em tela, tem oferecido, também, a sua colaboração ao mesmo programa como pregador e, de tal maneira, que deixa a impressão a quantos o ouvem nesse horário, que a Igreja Presbiteriana homologa tal trabalho.

4 – Considerando que o caráter do trabalho a que nós estamos referindo, chamado “renovação espiritual” é realizado por pastores leigos que na maioria tiveram que abandonar suas igrejas evangélicas de origem, por adotarem as posições de tal movimento.

5 – Considerando que a infiltração desses obreiros pregadores nos arraiais presbiterianos constitui grande perigo, pois, uma vez que deram razão para divisão nas igrejas que pertenciam ou para serem excluídos delas, gerarão, sem dúvida, o mesmo fenômeno aonde quer que aterrissarem.

6 – Considerando que um obreiro deste Presbitério rejeitou os apelos deste Concílio no sentido de não mais participar do movimento em foco, da maneira como vinha fazendo, isto é, pregando nos seus programas e convidando pregadores da “renovação espiritual” para pregar (…)

Comunidade sob sua jurisdição.”

Gedelti e seus acólitos continuaram pregando e praticando doutrinas nitidamente pentecostais, sob a bandeira do “movimento de renovação espiritual”, aquartelados na Congregação de Cruz do Campo, suscitando apreensões quanto ao futuro da unidade, paz e harmonia da família presbiteriana, realizando reuniões onde se verificavam, de modo claro, os mesmos desvios doutrinários no que diz respeito à compreensão da doutrina do Espírito Santo, criando dificuldades e suscitando problemas nas igrejas, fomentando um movimento separatista procurando aliciar elementos para suas hostes.

O Presbitério de Vitória, reconhecendo que tais pessoas operavam no sentido de ocuparem e retirarem patrimônio da Igreja Presbiteriana do Brasil e que continuavam infiltrados como membros de igrejas presbiterianas, não acatando o governo presbiteriano representado em seus concílios, recomendou às Igrejas sob sua jurisdição e aos demais Presbitérios que se acautelassem contra a influência de seitas heréticas, assumindo posições seguras e definidas contra tais movimentos, exigindo das pessoas comprometidas com eles que se definam quanto à manifestação de sua fidelidade à doutrina e acatamento do governo e da disciplina adotada pela Igreja e determinando que oficiais e membros das Igrejas comprometidos com os movimentos de renovação ou por eles influenciados, não tivessem oportunidade para ensinar ou pregar nas igrejas.

As igrejas que maior influência sofreram desse “movimento” foram Vila Velha, Itacibá e Afonso Cláudio.

Em 29 de dezembro de 1967, analisando a situação da Congregação da Cruz do Campo que se tornara o “quartel general” de Gedelti e seus seguidores, à revelia da Igreja, o Conselho assim decidiu:

1 – Considerando que foi criada apenas uma Escola Dominical funcionando às 15 horas e que Gedelti e Alcary, conluiados com o superintendente Itamar Alfredo Médice, mudaram o horário da Escola para as 8 horas, dificultando a visita do Pastor à mesma, e transformaram aquele ponde de Escola Dominical em Congregação com reuniões de culto em quase todos os dias da semana, inclusive aos domingos, à revelia do Conselho da Igreja.

2 – Considerando que os presbíteros e os membros que freqüentam aquela Congregação participam do “movimento de renovação espiritual” e passaram a se intitular no meio evangélico como “Igreja Cristã Presbiteriana”.

3 – Considerando que levam pregadores pertencentes ao “movimento de renovação espiritual” à Congregação, sem permissão do Conselho, em desobediência às recomendações do Conselho e do Presbitério.

4 – Considerando que o Rev. Milton Othon Albuquerque Leitão foi afastado do ministério, preventivamente, por causa do “movimento de renovação espiritual”, mostrando-se, todavia, desobediente, estando a exercer influência naquela Congregação.

5 – Considerando ser público e notório a deliberação daqueles irmãos de organizarem, naquele bairro, uma igreja sismática com o nome de Igreja Cristã Presbiteriana, este Conselho resolve suprimir a Escola Dominical do Bairro de Cruz do Campo, vulgarmente chamada de Escola Dominical da Toca.

A Sociedade Auxiliadora Feminina (SAF), em 29 de dezembro de 1967 informa ao Conselho estar passando por uma série crise decorrente da má influência e posterior abandono das irmãs que passaram às hostes do “movimento de renovação espiritual”.
Também a Junta Diaconal informa a deserção de alguns diáconos para o “movimento para o “movimento de renovação espiritual”.

E assim surgiu a “Igreja Cristã Presbiteriana”, fundada e administrada por Gedelti Vitalino Teixeira Gueiros, que liderou a divisão na Igreja Presbiteriana de Vila Velha e arregimentou seguidores em outras igrejas. De presbiteriana a nova igreja nada tinha, mas o nome presbiteriano servia de chamariz na arregimentação de novos membros para a nova denominação.

Mais tarde, já consolidada, Gedelti trocou o nome de sua igreja para “Igreja Cristã Maranata”, nome que até hoje é por ela ostentado.

A nova igreja precisava dos préstimos de um pastor para organizá-la e Gedelti, para isso, se serviu do Rev. Milton Othon de Albuquerque Leitão, que havia sido excluído da Igreja Presbiteriana e necessitava de um “porto seguro” onde se estabelecer. Só que esse “porto seguro” não foi tão seguro assim pois, logo, logo, Milton Leitão foi dispensado por Gedelti e procurou refúgio, novamente, na Igreja Presbiteriana, arrependido de ter seguido Gedelti em seu movimento cismático.

Quase a metade dos membros da Igreja Presbiteriana de Vila Velha seguiram Gedelti, tendo sido excluídos do rol de membros da Igreja por terem assinado a ata de organização da Igreja Cristã Presbiteriana de Cruz do Campo”, conforme informação dos Srs. João Fausto de Souza e Carmem Sabaine Ribeiro, ambos membros fundadores da mesma e o testemunho do pastor Milton Leitão.

Seus nomes:

1 – Hermínio Rocha
2 -José Joaquim Ribeiro Filho
3 – Alcary Simões
4 – João Fausto de Souza
5 – Abílio Teixeira Gueiros
6 – Mauro Rodrigues Costa
7 – Gedelti V. T. Gueiros
8 – Itamar Alfredo Médice
9 – João Pessoa de Matos
10 – Moacir Cipreste
11 – Nilo Rodrigues da Cunha
12 – Teodolino Vieira
13 – Valentim Pinto da Vitória
14 – Wanderley Simões
15 – Wanderley Simões Filho
16 – Aziel Cezar do Amaral
17 – Rafael Samú
18 – Leôncio Marinho
19 – Efigênia da Conceição Freire
20 – Ivonete Alexandre da Cunha
21 – Jurama Barros Gueiros
22 – Jerusa Margarida Gueiros Samu
23 – Maria de Souza Pimenta
24 – Raymunda Maira de Jesus
25 – Sara Vitalino Gueiros
26 – Carmem Sabaine Ribeiro
27 – Arlete Ferreira dos Santos Vieira
28 – Valdira Araújo Simões
29 – Edna Junia Gueiros Freitas
30 – Ana Marinho
31 – Julia Marinho
32 – Nilda Rodrigues Leitão
33 – Luiz Gonzaga de Almeida
34 – Miguel Pinto Lobo
35 – Oséias Martins Araújo
36 – Oneide Simões
37 – Paulo Silas Simões
38 – Adelinda Dalva B. Simões
39 – Adalzira Cipreste
40 – Enilcéia Maria Simões
41 – Marinete Lima Lobo
42 – Nely Rabelo Gueiros
43 – Nilda Aguirre Nascimento
44 – Rosa Batista Lobo
45 – João Pinto Lobo
46 – Nicodemos Henrique Machado
47 – Vicente Moreira da Costa
48 – Ana Almeida
49 – Ana Lucia de Oliveira Batista
50 – Ana de Oliveira Batista
51 – Albacir Pinto dos Santos
52 – Celi Batista Frasson
53 – Leni Batista Loureiro
54 – Marly Espíndula Simões
55 – Rosly Batista Lobo
56 – Vera Lucia de Oliveira Batista
57 – Eulina de Souza Rocha
58 – Amélia Sonia da Rocha Costa
59 – Odete Mattos Médice
60 – Márcia Cristina M. Médice
61 – Mônica Cristina M. Médice
62 – Mércia Cristina M. Médice
63 – Eleuzes Faria de Albuquerque
64 – Eunice Faria de Albuquerque
65 – Debaldina dos Santos Rocha
66 – Maria da Glória dos Santos Rocha
67 – Antonio Correia
68 – Almir de Oliveira e Silva
69 – Waldemar Fernandes Bourguignon
70 – Manoel Vitorino Alves
71 – Josias Marinho e outros…

Com os pais, seguiram seus filhos menores

1 – Wanderley Vieira
2 – Dilson Vieira
3 – Lúcia Vieira
4 – Ana Marinho
5 – Maria Cabral Marinho
6 – Ana Margarida Gueiros Freitas
7 – Alcary Simões Filho
8 – Cláudio Lysias Rabelo Gueiros
9 – Jedaias V. T. Gueiros Filho
10 – Sérgio Paulo Rabelo Gueiros
11 – Antonio marcos e muitos outros

Muitos dos que abandonaram a Igreja Presbiteriana para seguirem atrás de Gedelti alardearam que a Igreja Presbiteriana iria fechar suas portas porque metade dos membros estava saindo para a Igreja Cristã Presbiteriana, inclusive os mais “importantes” e os mais “ricos” e, com isto, a Igreja Presbiteriana não teria condições de subsistir.

Luiz Gonzaga de Almeida (33), em uma manhã de domingo, estava vindo de sua nova “Igreja”, de bicicleta, e, ao passar em frente à Igreja Presbiteriana, por causa da chuva que começara a cair, procurou abrigo na marquise da Igreja e assim se expressou, comigo:

– Tenho fé em Deus que nunca mais hei de voltar para esta Igreja!

O tempo passou e, num belo dia de domingo, estava eu a lecionar na Escola Dominical, quando vi Luiz Gonzaga entrar no templo para assistir à Escola, nela permanecendo até o final da lição.

Ao término da Escola, cumprimentei-o e dei-lhe boas vindas.

Nunca relembrei, com ele, suas palavras de não mais retornar à Igreja Presbiteriana e ele voltou a ser membro da Igreja, tendo pedido sua reintegração após três anos de seu retorno, no qual foi atendido, nela permanecendo até o dia em que veio a falecer, tendo seu corpo sido velado no templo da Igreja.

Eu, agora, posso dizer:
– Graças a Deus, o Luiz Gonzaga voltou.

Muitos outros voltaram. Até o braço direito de Gedelti no movimento separatista, que foi o Alcary Simões, ao final, se desentendeu com Gedelti e, anos depois, voltou a freqüentar a Igreja Presbiteriana de Vila Velha, até o seu falecimento há poucos anos.
Outro que veio para a Igreja Presbiteriana de Vila Velha foi o Sr. Delson Azevedo da Silveira, em 21.03.70, ocasião em que expôs ao Conselho as razões pelas quais estava deixando a Igreja Cristã Presbiteriana, hoje, Igreja Cristã Maranata: relatou que os métodos e bases doutrinárias daquela Igreja não eram aqueles que foram anunciados quando do surgimento daquela denominação, não concordando com as diretrizes que ali estavam sendo observadas.

Após o cisma

Com a saída do pessoal ligado a Gedelti para formar a igreja hoje denominada “Maranata”, a paz voltou a reinar na Igreja Presbiteriana de Vila Velha e, em 28.04.68, foram eleitos presbíteros os Srs. Ruy Carlos de Mattos Griffo, Joel Ribeiro Brinco e Aylton Gomes Pereira, em substituição àqueles que abandonaram a Igreja para constituírem a Igreja Cristã Presbiteriana, sendo ordenados em 02.06.68
Como vimos, a razão dos membros da IPVV se dividirem entre partidários da família Gueiros e os contrários àquela família, foi a eleição do Rev. Sebastião em lugar do Rev. Jedaias para pastorear a Igreja.

Jedaias, como não podia deixar de ser, passou para a Igreja Cristã Presbiteriana, organizada por seu irmão Gedelti. Porém, por lá não ficou muito tempo.

Bacharel em Direito, fez concurso para Juiz de Direito e, em 1987, era Juiz de Menores em Vitória, quando o povo capixaba, através de reportagem de jornal “A Gazeta”, do dia 25 de julho, sábado, tomou conhecimento de que ele fora preso às 4 horas e 50 minutos da manhã do dia 24, numa operação conjunta da Polícia Federal e da Receita Federal do Paraná, realizada na Cidade de Medianeira, a cinqüenta quilômetros da divisa do Brasil com o Paraguai, conduzindo quinhentos mil cruzados de mercadorias contrabandeadas, sendo autuado em flagrante.

Dirigia um automóvel Escort com placas “frias”, do Espírito Santo, como se estivesse a serviço do Poder Judiciário e, em sua companhia, estavam um advogado e duas mulheres. Foram recolhidos no Departamento de Polícia Federal de Foz do Iguaçu, no Paraná.

Os agentes federais e os fiscais da Receita Federal informaram ter iniciado a operação às 22 horas do dia 23, quinta-feira, na Rodovia BR-277, que liga o Brasil ao Paraguai, conhecida como a “rota dos contrabandos” e, na madrugada do dia 24, sexta-feira, o Escort guiado pelo magistrado foi obrigado a parar no posto de Medianeira.

Aberto o porta-malas, entre as bagagens, estava o contrabando: três aparelhos de vídeo-cassete, uma filmadora, relógios, fitas de vídeo “virgens” e gravadas, além de bebidas, sendo os objetos apreendidos.

O juiz, o advogado e as mulheres foram conduzidos à Delegacia Fazendária da Polícia Federal e autuados em flagrante. As duas mulheres conseguiram comprovar que nada tinham com o caso e foram libertadas, porém o juiz e o advogado ficaram detidos.

À tarde, depois de comprovar que era juiz, Jedaias foi colocado em liberdade, baseado em um artigo da “Lei Orgânica da Magistratura Nacional”.

Um agente da Polícia Federal contou que o Escort marrom escuro, dirigido pelo Juiz estava com as placas “frias”, ambas do Espírito Santo.

Todo o contrabando apreendido havia sido adquirido na Cidade de “Puerto Stroessner”, hoje “Ciudade Del Este”, no Paraguai, na divisa com o Brasil.

O advogado que com ele viajava, de Vitória, continuou preso em Foz do Iguaçu, à disposição da Justiça do Paraná.

Julgado pelo Tribunal de Justiça do Estado do Espírito Santo, Jedaias foi afastado da magistratura capixaba, sendo o caso “abafado” e não mais noticiado nos jornais.

Antes deste episódio do Paraná, Jedaias já fora denunciado pelo Promotor de Justiça da Vara de Menores de Vitória, Jeovah Miranda Ferreira, de estar facilitando o tráfico de bebês do Espírito Santo para os Estados Unidos e a Europa, através de dois advogados, o que causou grande polêmica entre o Juizado de Menores e o Ministério Público.

Jedaias negou o tráfico de bebês, porém admitiu que havia três adoções em curso, inclusive que uma das crianças já se encontrava nos Estados Unidos e outra fora enviada para a Itália.

O caso dos bebês foi abafado, mesmo tendo o Promotor requerido à Polícia Federal para apurar o tráfico.

Segundo o promotor, as crianças brasileiras eram comercializadas a dez mil e até vinte mil dólares.

Tal fato foi denunciado nos noticiários dos jornais e das televisões, sendo aberta uma sindicância pelo Corregedor-Geral da Justiça, que não foi concluída.

E nem o será!

Tais fatos mostram que a Igreja Presbiteriana de Vila Velha agiu corretamente, sob a orientação do Espírito Santo de Deus, ao não eleger o Rev. Jedaias como seu Pastor, nas eleições de 1965.

Resíduos do cisma

Entre os que permaneceram na Igreja restaram alguns membros ainda influenciados pelo “Movimento de Renovação Espiritual”, como o Sr. Jairo Ribeiro Costa e sua esposa Nilza Silveira Costa que, por isto, foram convidados a comparecerem ao Conselho, no dia 20.07.68, ocasião em que foram advertidos da impossibilidade de, como membros da Igreja Presbiteriana, adotarem doutrinas peculiares à renovação, sendo recomendados a refletirem sobre o assunto.

Jairo, em 22.02.69, organizou um ponto de pregação em sua residência, no Bairro Soteco, iniciando uma Escola Dominical, tendo se auto-nomeado Superintendente da Escola, tendo o Conselho consentido com tal situação!

Em 15.02.70 foi ele eleito diácono na Igreja, sendo investido no cargo em 22.03.70.

Em 05.05.72, Jairo “doou” um lote à Igreja, situado em Soteco, ao lado de sua residência, mas não chegou a oficializar tal doação.

No lote, a Igreja ajudou Jairo a construir um pequeno templo onde a “congregação” passou a funcionar.

Era tudo o que Jairo queria!

Passou a contrariar as diretrizes do Conselho; fechou a congregação localizada no terreno ao lado de sua casa, dizendo que o imóvel era de sua propriedade, e transferiu, sem autorização do Conselho os bancos da Congregação de Soteco para a Congregação de Cruz do Campo, declarando que estava a organizar um movimento cismático na comunidade!

O Rev. Guilherme A. M. Breder era o pastor da Igreja quando tais fatos aconteceram.
Tal fato foi denunciado ao Conselho pelos presbíteros Leôncio Antonio Medeiros e Wilson Barbosa dos Santos: o diácono Jairo retirara os móveis da Congregação de Soteco, impedindo o funcionamento daquela congregação e passando a visitar os lares de alguns membros da Igreja, convidando-os a participar de seu movimento, separando-se da Igreja Presbiteriana de Vila Velha.

Convidado a comparecer ao Conselho, Jairo ignorou o convite, e o Conselho decidiu aplicar-lhe a pena de deposição de seu ofício de diácono e sua exclusão da comunhão da igreja, considerando sua experiência religiosa e seu relativo conhecimento das doutrinas evangélicas, sua má-influência no meio evangélico e o fato de ter sido advertido e admoestado por várias vezes, não tendo procurado entender-se com as autoridades das igrejas, passando a ausentar-se da comunidade e a participar de atividades ligadas ao movimento renovacionista, que tantos transtornos vinham causando à Igreja Presbiteriana do Brasil. Considerando, também, sua arrogância e indisciplina ao afirmar que não mais voltaria ao Conselho quando convocado.

A pena foi comunicada ao faltoso e à Igreja, recomendando-se aos membros da Igreja para que não freqüentassem os trabalhos promovidos pelo movimento cismático por ele encabeçado.

Aduel Agnelo Correia, Arlindo Cândido Dias, Antonio Delgado, Lourival Marques da Costa e Nilza da Silveira Costa, acompanhados por seus familiares, seguiram Jairo em seu movimento separatista, sendo excluídos do rol de membros da Igreja Presbiteriana de Vila Velha.

(…)

Joel Ribeiro Brinco – Igreja Presbiteriana de Vila Velha 50 ANOS DE HISTÓRIA, 2003, pgs. 25-50.

A noite chegou para os maranatas.

Ameaças de morte, apostasia específica, autodefesa, avareza indiscriminada, balcões de negócios, caixa único, caixas dois em Maanains’s, cartão sem limites de saques (para privilegiados), cortinas de fumaça, crianças molestadas, demandas judiciais inconsequentes, depósitos D1, D1 e D3 em nome de terceiros, destruição de provas, desvio de patrimônio da Instituição, discriminação e preconceitos, enriquecimento ilícito, espantalhos, estelionato religioso, fábricas de notas frias, falta de transparência, filhos enganados, fraudes contábeis na administração do PES, instigação do ódio religioso, má formação doutrinária e ética dos membros do presbitério, manobras de cartório,  mantras,  maranacutaias palacianas, mentiras, meias-solas-laranjas escondendo caixas dois e fraudando relatórios nas unidades locais, negócios nebulosos, organização criminosa a nível de quadrilhas, perseguição de dissidentes, questionadores e retirantes, profetadas, remendos em declaração de imposto de renda, repetição das mentiras e meias verdades para não esquecerem que mentiram, revelagens, saques de dinheiro com cartão sem limites, traição, venda de espaços em cemitério…

Beco sem saída!!!

Conselho Presbiterial manipulado pelo mestre-profeta.

Desastre previsto! E não foi falta de aviso…

Milhares de membros da Maranata acreditaram nas meais verdades confirmadas com mentiras e mais profetadas nos cultos proféticos e nos seminários da Obra. Perderam dinheiro e sofreram com a avareza indiscriminada, a exemplo das perdas no caso Brasil Container. 

Lesados. Clientes acusam empresa de suspender os acordos de aluguel dos equipamentos durante a vigência do contrato O gedeltismo imergiu a Instituição em certa espécie de eclesiasticismo espúrio, herético, nem evangélico, nem pentecostal, nem protestante. E ficou cada vez mais distante da noção de “igreja de Deus… corpo de Cristo”.

Pois vou lhes mostrar o exemplo de campanha de evangelização e de culto público que jamais couberam na mente do pai da ideologia Obra como forma de vida

“E vieram a ele muitas multidões trazendo consigo coxos, aleijados, cegos, mudos e outros muitos e os largaram junto aos pés de Jesus; e ele os curou. De modo que o povo se maravilhou ao ver que os mudos falavam, os aleijados recobravam saúde, os coxos andavam e os cegos viam. Então, glorificavam ao Deus de Israel.”  (Mt. 15. 30-31)

Notas

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Atualização em 22.07.2020

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https://obramaranatarevelada.wordpress.com/2013/02/22/maranata-a-historia-verdadeira-de-uma-seita-do-espirito-santo/

Atualização em 06.04.2015 às 10:00

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Publicação em 30.04.2014 às 11:47

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